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Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta segunda-feira

Ibovespa deve passar por movimento de ajuste após feriado com alta para ADRs; bolsas mundiais têm movimento misto e mais destaques

Após uma semana movimentada, mas mais curta para o Ibovespa devido ao feriado em São Paulo, o benchmark da Bolsa brasileira deve ter nesta segunda-feira (12) um movimento de ajuste  após o principal índice de ADRs (na prática, as ações de empresas de fora dos EUA negociadas em Nova York) do Brasil fechar com alta expressiva em dia de B3 sem operações na sexta-feira (9), seguindo Wall Street.

Nesta sessão, contudo, os principais índices internacionais registram um movimento misto, ainda com preocupações sobre a variante delta do coronavírus em destaque e com os investidores à espera da temporada de resultados nos EUA.

Por aqui, a política segue no radar, em meio às reações de instituições às falas recentes do presidente Jair Bolsonaro quanto às eleições de 2022. Confira os destaques:

1. Bolsas mundiais

Os índices futuros americanos têm desempenhos variados nesta segunda, à espera do início da temporada de divulgação de resultados em Wall Street nesta semana.

Na sexta, os principais índices americanos fecharam em níveis recordes, após um movimento de vendas generalizadas na quinta-feira. Investidores têm mostrado preocupação com a perspectiva de desaceleração da economia os Estados Unidos. Mas o bom desempenho de sexta levou os resultados das bolsas na semana para o lado positivo. O índice de ADRs Brazil Titans 20 subiu 1,48% na sexta, dia em que a B3 esteve fechada por conta de feriado em São Paulo.

Na semana passada, o Dow ganhou 0,24%; o S&P e o Nasdaq subiram 0,4%. Papéis que tinham registrado baixa na semana avançaram na sexta. Nomes do setor financeiro, como Bank of America e Goldman Sachs avançaram 3% cada um. Ações do setor de viagem, como Royal Caribbean, Wynn Resorts, American Airlines e United Airlines tiveram desempenhos positivos.

Os patamares recordes das três principais bolsas foram atingidos pouco antes do início da divulgação de resultados trimestrais. A expectativa é de que o lucro das empresas do índice S&P suba 65% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo analistas ouvidos pela Refinitiv. A alta nos lucros deve ser a maior desde o quarto trimestre de 2009, quando as ações se recuperaram da crise financeira do ano anterior.

Na terça, JPMorgan Chase, Goldman Sachs e PepsiCo iniciam a temporada, divulgando seus resultados antes da abertura dos mercados. Bank of America, Citigroup, Wells Fargo, Delta Air Lines e Black Rock devem divulgar resultados na quarta, e Morgan Stanley, Truist e UnitedHealth, na quinta.

As bolsas asiáticas fecharam a segunda-feira com altas, com destaque para o desempenho de ações do Japão e da China. No Japão, o Nikkei subiu 2,25%; na China continental, o Shanghai composto subiu 0,67%% e o componente Shenzhen, 2, 137%; na Coreia do Sul, o Kospi teve alta de 0,89%; em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 0,8%.

O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou nesta sexta-feira um corte no compulsório para os bancos no país, a fim de ajudar a impulsionar a segunda economia mundial, elevando a cautela sobre a economia chinesa. O PBoC disse que a medida entra em vigor no dia 15 de julho, com um corte no compulsório de meio ponto porcentual.

Além disso, investidores continuaram a monitorar a situação da Covid na Ásia e no Pacífico na segunda. O governo do Japão determinou um novo estado de emergência devido à pandemia na segunda, quando medidas mais rígidas de distanciamento social foram implementadas na Coreia do Sul. Países como Indonésia e Malásia também têm enfrentado uma nova onda de infecções.

Na Europa, o índice Stoxx 600, que reúne as ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus, se mantêm estáveis. Os setores de recursos básicos, bancos e viagem e lazer estão aqueles que operam em território negativo.

Veja o desempenho dos principais indicadores às 7h40 (horário de Brasília):
Estados Unidos
*Dow Jones Futuro (EUA), -0,49%
*S&P 500 Futuro (EUA), -0,3%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,13%
Europa
*FTSE 100 (Reino Unido), -0,67%
*Dax (Alemanha), -0,22%
*CAC 40 (França), -0,48%
*FTSE MIB (Itália), -0,11%
Ásia
*Nikkei (Japão), +2,25% (fechado)
*Shanghai SE (China), +0,67% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), +0,62% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +0,89% (fechado)
Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, -1,596%, a US$ 73,38 o barril
*Petróleo Brent, -1,55%, a US$ 74,38 o barril
*Bitcoin, +0,34%, a US$ 33.829,12
Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian com alta de 1,45%, cotados a 1.188,5 iuanes, equivalente hoje a US$ 183,55 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,48

2. Agenda

Nesta segunda-feira foi divulgado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, registrando alta de 0,86% na primeira quadrissemana de julho, acelerando frente ao ganho de 0,81% observado no fechamento de junho.

Na leitura inicial deste mês, quatro dos sete componentes do IPC-Fipe avançaram com mais força: Habitação (de 1,27% em junho para 1,37% na primeira quadrissemana de julho), Alimentação (de 0,09% para 0,40%), Vestuário (de 0,50% para 0,51%) e Educação (de 0,13% para 0,24%).

Também foi divulgado nesta segunda, pelo Banco Central, o tradicional Boletim Focus, que compila as projeções econômicas feitas por uma série de instituições. O IPCA de 2021 registrou alta novamente, passando de 6,07% para 6,11%, enquanto o de 2022 foi de 3,77% para 3,75%. Já o PIB deste ano teve uma nova elevação, de alta de 5,18% para 5,26%; o de 2022 teve ligeira baixa, de variação positiva de 2,10% para 2,09%. A projeção da mediana da Selic subiu de 6,50% a 6,63% ao fim de 2021 e foi de 6,75% para 7% ao fim de 2022. A expectativa para o dólar também subiu, de R$ 5,04 para R$ 5,05, e para 2022 foi mantida em R$ 5,20.

Já às 15h será divulgada a balança comercial semanal.

Já nos EUA, às 10h30, o presidente do Fed de Nova York, John Williams, participa de evento organizado pelo Banco de Israel e pelo Centro de Pesquisa Econômica e Política.

3. Covid no Brasil e CPI

No domingo (11), a média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 1.296, queda de 20% em comparação com o patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia, foram registradas 597 mortes. As informações são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias de Saúde no Brasil, que divulgou, às 20h, o avanço da pandemia em 24 h.

A média móvel de novos casos em sete dias foi de 45.701, queda de 33% em relação ao patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 20.396 casos.

Chegou a 83.794.712 o número de pessoas que receberam a primeira dose da vacina contra a Covid no Brasil, o equivalente a 39,57% da população. A segunda dose ou a vacina de dose única foi aplicada em 30.573.383 pessoas, ou 14,44% da população.

O governo do estado de São Paulo anunciou no domingo (11) a antecipação para 20 de agosto no prazo para vacinar todos os maiores de 18 anos do estado, com uma primeira dose de um imunizante contra a Covid-19. E informou que incluirá adolescentes de 12 a 17 anos na campanha, com o objetivo de aplicar uma primeira dose neste grupo até 30 de setembro.
Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, o governador João Doria (PSDB) disse que a antecipação será possível graças à compra anunciada recentemente de 4 milhões de doses prontas da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, que serão aplicadas exclusivamente nos moradores do Estado.

“A antecipação é fruto da aquisição de doses extras da CoronaVac, realizada pelo governo do estado de São Paulo, sob responsabilidade e custo do governo de São Paulo junto ao laboratório Sinovac… 2,7 milhões dessas doses já chegaram e já estão no centro que fará a distribuição e a aplicação dessa vacina aqui em São Paulo… e temos mais 1,3 milhão de doses que chegam até o dia 30 de julho”, disse Doria.

O governo paulista iniciará a vacinação dos adolescentes no dia 23 de agosto, com a aplicação da primeira dose em pessoas de entre 12 e 17 anos, gestantes, pessoas com comorbidade e com deficiência. Após isso, os jovens de entre 15 e 17 anos serão vacinados a partir de 6 de setembro e os que têm entre 12 a 14 anos a partir de 20 de setembro.

Também no Palácio do Bandeirantes, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que espera que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorize a aplicação do imunizante CoronaVac em crianças a partir de 3 anos, disse neste domingo o presidente do instituto, Dimas Covas. O Butantan é responsável pelo envase no Brasil do imunizante.

Além disso, em entrevista à Rádio Gaúcha, em Bento Gonçalves (RS), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse no sábado que tomou providências após o encontro com o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), no qual o parlamentar diz ter alertado o presidente sobre irregularidades no contrato para compra da vacina contra Covid-19 Covaxin. Bolsonaro é acusado pelo deputado de ter sido alertado sobre os indícios de irregularidades, e de não ter tomado providências.

Ao mesmo tempo, Bolsonaro disse na entrevista que não tem como tomar providências todas as vezes em que alguém lhe leva um problema em uma reunião e se recusou a responder se disse a Miranda que o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), estava envolvido nas supostas irregularidades com a Covaxin, como relata Miranda.

“Eu tenho reunião com 100 pessoas por mês, os assuntos mais variados possíveis eu não posso chegar qualquer coisa para mim e ter que tomar providência imediatamente, tá certo? Tomei providência nesse caso”, afirmou à emissora.

Bolsonaro também voltou a atacar a CPI da Covid no Senado e chamou de “histórias fantasiosas” as denúncias de irregularidades envolvendo tratativas para compra de vacinas contra Covid-19 investigadas pela CPI.

O presidente tornou-se alvo de um inquérito por suspeita de prevaricação após o relato de Miranda à CPI da Covid de que o alertou sobre irregularidades envolvendo a Covaxin. Barros nega envolvimento com as tratativas sobre a vacina.

4. Radar político

Pesquisa do Instituto Datafolha indica que 70% dos brasileiros dizem acreditar que há corrupção no governo Bolsonaro. O levantamento ouviu 2.074 pessoas com mais de 16 anos entre os dias 7 e 8 de julho. Entre os questionados, 63% afirmaram ver corrupção no Ministério da Saúde, e 64% afirmaram acreditar que o presidente estava ciente. O levantamento tem margem de erro de dois pontos.

O levantamento ainda apontou que a maioria dos entrevistados apoia a abertura de um processo de impeachment contra Bolsonaro, a primeira vez que um levantamento do instituto apontou apoio superior a 50% à abertura de um processo de impedimento contra o presidente.

De acordo com o levantamento, 54% dos entrevistados apoiam a abertura de um processo de impeachment contra Bolsonaro, ante 42% que se disseram contrários a tal medida. O percentual dos que não souberam responder foi de 4%.

Ainda na política, atenção à reação às falas recentes de Bolsonaro quanto às eleições de 2022. O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou na sexta-feira que o Parlamento repudia qualquer especulação sobre a não realização do pleito de 2022 e garantiu a realização da eleição, alertando que qualquer um que atente contra os princípios da democracia será encarado como inimigo da nação.

Pacheco fez um pronunciamento após o presidente Jair Bolsonaro voltar a lançar dúvidas na sexta sobre a realização das eleições em 2022 e atacar o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso. Bolsonaro, que defende a adoção de um modelo com voto impresso pela urna eletrônica, chegou a sugerir, sem apresentar provas, que haverá fraude nas próximas eleições e que pode não aceitar o resultado e se recusar a entregar a faixa presidencial a seu sucessor caso considere que a disputa não tenha sido limpa.

No radar econômico, de acordo com reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico nesta segunda, o ministro da Economia Paulo Guedes vem considerando retirar a cobrança de Imposto de Renda na distribuição de dividendos entre empresas do pacote tributário enviado pelo governo ao Congresso.

A proposta do governo prevê cobrança de 20% de imposto de renda sobre a distribuição de dividendos em todas as situações, inclusive quando essa distribuição ocorre entre empresas. Isso abriria, no entanto, a possibilidade de bitributação ou acumulação de créditos tributários entre empresas organizadas em holdings.

No caso do acúmulo de créditos tributários, especialistas avaliam que as empresas podem não conseguir aproveitar todos os créditos, porque o valor dos dividendos distribuídos a sócios tende a ser menor do que o distribuído dentro da holding. Além disso, o volume distribuído em dividendos é menor do que o lucro obtido pela holding, o que também dificulta o aproveitamento do crédito.

5. Radar corporativo

O noticiário corporativo é bastante movimentado. A BK Brasil, dona das marcas Burger King e Popeyes no Brasil, anunciou fusão com a rede de pizzaria Domino’s. Com esse passo, a companhia passará a operar 1,2 mil restaurantes no País. A operação será feita por meio de uma troca de ações, sendo que os acionistas da DP Brasil, dona da Domino’s localmente, terão cerca de 16% do Burger King no Brasil, hoje avaliada em R$ 3,3 bilhões na B3.

Já o Grupo Soma – dono das marcas Farm e Animale, que recentemente comprou o Grupo Hering, superando a Arezzo na disputa pelo ativo – informou na sexta à noite que fará uma oferta primária de ações que pode levantar R$ 750 milhões, considerando o valor dos papéis da empresa no fechamento do pregão de quinta-feira, a R$ 16,30. A transação envolve 46 milhões de ações ordinárias a serem emitidas pela companhia e não há previsão de lotes adicionais.

Na quinta à noite, outras notícias movimentaram o noticiário, com destaque para as estatais. A Petrobras comunicou que iniciou a etapa de divulgação do teaser para a venda, em conjunto com a Sonangol Hidrocarbonetos Brasil, da totalidade da participação de ambas as empresas no bloco exploratório terrestre POT-T-794, pertencente à concessão BT-POT-55A, localizada na Bacia Potiguar, no estado do Rio Grande do Norte. A Petrobras detém 70% de participação e a Sonangol é a operadora, com 30% de participação no bloco.

Já o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deu mais um passo para efetuar a privatização da Eletrobras em fevereiro do ano que vem. O banco de fomento, responsável pela estruturação do processo, publicou o contrato do consório que conduzirá a modelagem, além da estruturação financeira e relatório final do processo de desestatização. No mês passado, a Câmara dos Deputados aprovou a medida provisória que permite a saída da União do controle da empresa de energia elétrica.

O conselho de administração do Banco do Brasil, por sua vez, aprovou a adequação da sua estrutura organizacional com a extinção da unidade Negócios PF, MPE e Agro e de Negócios Varejo e Setor Público, além da criação da diretoria Comercial Alto Varejo.

As aquisições também estiveram no radar: a  Rede D’Or anunciou a compra de 51% do Hospital Proncor, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O valor de firma (firm value) para 100% do Proncor é de R$ 290 milhões; deste valor, será deduzido o endividamento líquido. Confira mais destaques do noticiário corporativo do feriado.

Já nesta segunda-feira, os papéis da 3tentos estreiam na B3 com o ticker TTEN3, após a companhia do agronegócio levantar R$ 1,35 bilhão com o IPO, precificando as ações a R$ 12,25.

Fonte: Reuters e Estadão Conteúdo| Imagem: Shutterstock

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